
Domingo, 13 de setembro de 2009: Rubens Barrichello comandava mais uma dobradinha da Brawn GP, a sensação da temporada até então. O que parecia ser só mais uma vitória acabou tornando-se um marco pro Brasil na categoria máxima do automobilismo: Hoje, 13 de setembro de 2024, completam-se 15 anos de jejum do país no lugar mais alto do pódio. Mas por quê?
BRASIL: UM PASSADO CHEIO DE VITÓRIAS

Para começar, um pouco de contexto: A Fórmula 1 é, em sua essência, uma categoria europeia. A maioria das corridas são lá, a maioria dos pilotos são de lá, das equipes, dos campeões, dos patrocinadores, enfim… É um esporte que nasceu na Europa e isso moldou todo um negócio que, naturalmente, dá maior espaço para a proliferação de talentos do velho continente.
Apesar disso, a América do Sul possui 147 vitórias na F1, sendo o Brasil o detentor de 101 desses triunfos. Lendas absolutas e campeões do esporte, como Fittipaldi, Piquet e Senna engradecem a riquíssima história do país nas pistas, que começou com a estreia do valente Chico Landi, lá em 1951. A partir daí, foram 19 anos para a primeira vitória, com Emerson Fittipaldi em 1970, e 21 para o primeiro título, também com Emerson, em 1972. Ele repeteria a dose em 1974, conquistando o bi.

Em 1975, a única vitória da carreira de José Carlos Pace, em Interlagos. O circuito leva seu nome como homenagem.
Entre 1980 e 1993, o período de ouro que todos nós conhecemos: 14 temporadas consecutivas com pelo menos um vencedor brasileiro, além de seis títulos: Três de Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987) e três de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991). Protagonistas absolutos numa década recheada de talentos históricos, como Lauda, Mansell e Prost. Um ápice que jamais iria se repetir.
A ERA PÓS-SENNA

Em 1994, a morte de Ayrton marcou um antes e depois na categoria, principalmente em questões de segurança, e iniciou um afastamento de vários fãs do esporte no Brasil. E, apesar da presença de Rubens Barrichello e Pedro Paulo Diniz na década de 90, a seguinte vitória viria apenas em 2000, na lendária pilotagem de Rubinho no GP da Alemanha, pela Ferrari.

Tarso Marques, Luciano Burti e Enrique Bernoldi estrearam, Rubinho foi vice pela Scuderia em duas oportunidades (2002 e 2004), até aparecer Felipe Massa, que o substituiu na Ferrari em 2006 (mas tinha estreado pela Sauber em 2002). Felipe cresceu dentro da equipe rapidamente e lutou pelo título de 2008, perdendo na última curva para Lewis Hamilton, em Interlagos.
Tudo culminou em 2009: GP da Itália, Monza. Rubinho, com 37 anos, deixava a última vitória do Brasil até hoje na F1. Depois disso, chegamos perto algumas vezes: Felipe conquistou vários pódios entre 2010 e 2015, mas batendo no P2 na melhor das hipóteses. Além disso, nesse período alguns piloto brasileiros marcaram presença: Nelsinho Piquet (2008-2009), Lucas di Grassi (2010), Bruno Senna (2010-2012) e Felipe Nasr (2015-2016).
Após a saída de Massa da F1, em 2017, o Brasil perdeu espaço, mantendo apenas o GP São Paulo como marca do país na categoria. Algumas temporadas se passaram até que Pietro Fittipaldi, que participou de duas corridas no final de 2020, representasse o país como piloto titular novamente. Mas só.
MAS POR QUÊ?
Voltando à pergunta inicial do texto: Como um país tão tradicional perdeu tanto espaço na questão de representatividade no grid? É difícil apontar uma única razão, mas a falta de invesimento já na base é algo que gera um efeito dominó lá na frente. De qualquer forma, a maioria dos jovens pilotos precisam continuar a carreira na Europa: É lá que tudo acontece.
As empresas jogam uma grande parte nessa “rede” de apoio. Lembre-mos que a Petrobras e McLaren encerraram seu contrato de patrocínio em 2019, por exemplo, deixando, por uns anos, o Brasil carente de empresas de grande porte patrocinando equipes e pilotos na Fórmula 1.

Em 2022, porém, tivemos a primeira temporada da F4 brasileira, organizada pela CBA e regulamentada pela FIA, seguindo os formatos de competição das outras ‘Fórmulas’ 4 ao redor do mundo. Um marco na história do automobilismo nacional e que dará seus frutos num futuro próximo.
DRUGOVICH E BORTOLETO: PRESENTE E FUTURO
O Brasil voltou a aparecer de forma forte no mapa com a aparição de Felipe Drugovich, que foi campeão da F2 na sua terceira temporada na categoria, com atuações memoráveis. O salto para a F1, porém, foi tímido: Felipe conseguiu a vaga de piloto de teste da Aston Martin, levando consigo dois grandees patrocínios: a XP Investimentos e a Porto Seguro. Porém, após duas temporadas sem conquistar um lugar de titularidade, ambas empresas terminaram sua parceria com a equipe. Felipe continua cumprindo o seu papel no desenvolvimento do carro, simulador e testes esporádicos com a Aston.

Por outro lado, e no que parece ser um presente e futuro mais promissor, temos Gabriel Bortoleto, que venceu a F3 em 2023 e atualmente está na disputa direta pelo título da F2, sendo rookie. Gabriel tem 21 anos e faz parte da academia de pilotos da McLaren, tendo testando um carro de F1 pela primeira vez neste mês de setembro.
Não é segredo para ninguém que Bortoleto é um dos favoritos para ocupar a vaga restante na Sauber (futura Audi) ao lado de Nico Hulkenberg. Ainda não há nada assinado, nem confirmado, mas ele tem mostrado serviço: Recentemente venceu o GP da Itália após largar em último e foi visto conversando com Mattia Binotto (da Sauber/Audi) no grid.
O Brasil irá voltar, isso é fato. Resta saber se com Gabriel Bortoleto já em 2025 ou em outra oportunidade.
Mas fica a nossa torcida: BORA, BORTOLETO!
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Da redação.
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