Um assunto recorrente entre os fãs da Fórmula 1 é o calendário da categoria. Seja para pedir ou questionar a inclusão de determinada pista ou até mesmo para debater a extensão dele. Ao longo das décadas o número de provas aumentou, mas existem limites.
O artigo número cinco do regulamento esportivo da Fórmula 1 se encarrega de estabelecer o limite numérico de provas por temporada. De acordo com o artigo 5.5, o número máximo de eventos em um campeonato é 24 e o mínimo é 8. Essas metas foram estabelecidas pelo Pacto de Concórdia, assinado pelas equipes em agosto de 2020 e com vigência de 2021 até 2025.
Então, pelo menos até 2025, os organizadores do calendário vão ter que fazer malabarismo para acomodar 24 corridas por temporada, principalmente com o crescente interesse de países em sediar um Grande Prêmio. Segundo Stefano Domenicali, presidente da Fórmula 1, há interesse suficiente para fazer 30 corridas por ano.
Para a temporada de 2022 a ideia é fazer 23 corridas, algo inédito em 72 anos de história da Fórmula 1. No entanto, nem sempre o número de corridas por temporada contou com dois dígitos. Por exemplo, na temporada de 1950 foram realizadas 7 corridas.
Ao observar os registros de corridas por temporada, nota-se uma tendência de aumento. Por exemplo, na década de 50 a média de corridas por temporada era de 8,4. Já na década de 60 a média subiu para 10. Na década de 70 para 14,4. Na década de 80 a média foi de 15,6 corridas por temporada. Já na década de 90, a média subiu 0,6 pontos, indo para 16,2. Chegando nos anos 2000, a média saltou para 17,4. Por fim, na década de 2010, foram realizadas 19,8 corridas por temporada.
Embora esses números sejam “picados” e não é possível fazer “0,6 corrida”, é perceptível o aumento de década para década. Isso se deve a popularização do esporte e crescente interesse comercial na categoria, pontos interligados.
Além da média, a moda (recuperando o conceito de matemática: moda é o número que mais se repete em uma sequência numérica) permite visualizar esse aumento de forma inteira e sem casa decimais. Na década de 1950, a moda era de 8 corridas por temporada. Por sua vez, na década de 60, o número que mais se repetiu foi 10. Já na década de 70, a moda foi 15, um aumento considerável em relação à década anterior. Na década de 80 a moda foi de 16 corridas, número que se repetiu na década seguinte. Nos anos 2000, a moda subiu um ponto, indo a 17. Já na década de 2010, o aumento foi de dois pontos, indo a 19.
Mesmo com a manutenção da moda em algumas décadas, como de 80 para 90, o número de vezes que esse número repetiu foi diferente, o que reforça a tendência de crescimento. Uma vez que na década de 80 foram realizadas sete temporadas com 16 corridas e na década de 90 foram oito, uma a mais.
Um fator contribuinte para esse aumento foi a televisão. Mesmo vivendo em um mundo digitalizado, a televisão ainda representa uma parcela significativa da audiência. Em 2019 (último ano da década de 2010), a audiência da televisão atingiu a marca de 1.922 bilhão.
Com a iminente chegada do limite de provas, a previsão é que os números se mantenham, dificilmente irão cair, ainda mais com o interesse de novos países em entrar para o calendário da Fórmula 1.
Bianca Velloso é técnica em mecânica industrial e estudante de jornalismo. Apaixonada pela Fórmula 1. A razão? Faltam palavras para descrever.
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