A corrida dos “quase” para a Ferrari no GP de Miami

Ferrari largou da primeira fila na “Cidade do Sol”, mas a falta de ritmo para atacar a Red Bull, os fizeram terminar apenas com o segundo e terceiro lugares no pódio

Palmeiras balançando, celebridades do alto escalão, shows de artistas renomados, uma marina projetada apenas para o evento. O fim de semana da estreia do Grande Prêmio de Miami sempre foi destinado a ser um espetáculo. A Scuderia Ferrari chegava à “Cidade do Sol” para recuperar os prejuízos da corrida em casa, em Ímola. 

Durante os treinos livres, Charles Leclerc conquistou o melhor tempo no primeiro TL de sexta, e depois o segundo melhor tempo, no TL2 e TL3, mostrando que vinha para brigar pelo primeiro lugar na classificação. Já Carlos Sainz chegou a Miami com a confiança abalada, após completar apenas uma volta nos dois últimos GPs. E essa confiança sofreu outro golpe quando o espanhol bateu no segundo treino livre, mesmo assim, ele ainda conseguiu o décimo primeiro melhor tempo. No TL1, Carlos terminou em sexto, e em sétimo na última rodada dos treinos no sábado.

As fichas da Ferrari estavam voltadas para a classificação, mas quando Max Verstappen, da Red Bull, marcou o tempo de 1:28.991, todos acharam que nenhum outro piloto conseguiria superar a marca. Entretanto, ninguém contava com a determinação da dupla da Ferrari para superar as adversidades da etapa anterior. 

Em duas voltas surpreendentes, Leclerc e Sainz tiraram o primeiro lugar e a primeira fila da Red Bull, com Charles marcando o incrível tempo de 1:28.796 — o melhor de todo o final de semana — e Carlos a apenas 0.29 segundos do companheiro de equipe. Leclerc conquistou a sua décima segunda Pole Position na carreira, e com Sainz ao seu lado, a Ferrari largaria pela 86ª vez com os dois carros na frente, a última vez que o feito aconteceu foi em 2019.

A primeira fila seria pintada de vermelho na corrida de domingo, com a segunda linha pertencendo aos dois carros da Red Bull — Verstappen vinha à frente de Sergio Perez — e os taurinos estavam determinados a acabar com a alegria dos italianos. Miami seria uma etapa que tinha tudo para mostrar o favoritismo da equipe de Maranello, se não fosse pelos “quase”.

Quando as luzes vermelhas se apagaram no Autódromo Internacional de Miami, Leclerc fez uma ótima largada, mas Sainz perdeu o P2 para Verstappen na curva 1. Enquanto o monegasco mantinha a liderança, o piloto da Red Bull estava pouco mais de um segundo atrás dele. Foi na volta oito, que Verstappen viu a oportunidade ao entrar na zona de DRS, bem colado em Leclerc. O neerlandês fez a manobra de ultrapassagem para a liderança na reta principal no início da volta seguinte. Depois disso, Charles teve poucas chances de tentar recuperar a sua posição de largada, enquanto Verstappen abria ainda mais a vantagem, chegando a mais de sete segundos de diferença. 

Enquanto o embate pelo primeiro lugar acontecia, Perez também se aproximava de Sainz para tentar sentir o gostinho do terceiro posto no pódio, mas para o alívio do espanhol, o carro do mexicano passou a apresentar problemas e a diferença entre eles aumentava cada vez mais e sem chances de Perez tentar uma manobra de ultrapassagem.

A vitória de Verstappen parecia garantida, e a Ferrari levaria os outros dois lugares no pódio, quando um Virtual Safety Car causado pelo acidente entre Pierre Gasly, da AlphaTauri, e Lando Norris, da McLaren — no qual o inglês precisou abandonar após rodar e o pneu de seu carro estourar — acendeu a chama nos fãs da escuderia de Maranello de que a vitória ainda poderia acontecer. Mas a Ferrari optou por uma estratégia diferente, não chamou Charles para o box para colocar um jogo de pneus novos e tentar atacar Verstappen. Com a entrada do Safety Car para a retirada do carro de Norris e a limpeza da pista, a estratégia de chamar Leclerc para os boxes já não poderia ser cogitada. 

Após a corrida, todos entenderam que o time não quis arriscar ao colocar um jogo de pneus já utilizado ou arriscar um macio, que poderia sofrer com um alto desgaste, e assim, perder a oportunidade de levar o máximo de pontos para casa.

Quando a corrida recomeçou, na volta 48, Perez estava no encalço de Sainz, dando ao mexicano a última chance de conquistar um lugar no pódio. O piloto da Red Bull tentou sua jogada na volta 52, mas o espanhol da Ferrari conseguiu se defender e abrir, garantindo o terceiro lugar. 

Enquanto isso, bem lá na frente, Leclerc havia diminuído a diferença em meio segundo, ele conseguiu atacar Verstappen algumas vezes, mas não teve velocidade em linha reta para retomar a liderança e terminou apenas com o segundo lugar. 

Ao final da corrida, Carlos disse que era bom estar de volta ao pódio após as duas etapas desastrosas que teve. “Acho que eu precisava de uma corrida como essa para redefinir um pouco as coisas e tirar algo dela para as próximas etapas (…) Me defender de Checo (Perez), que estava em novos pneus médios após o reinício, também foi muito difícil e o menor erro significaria perder o P3. Eu consegui defendê-lo bem e o pódio foi a recompensa”, acrescentou. 

Charles se mostrou um pouco desapontado pela Ferrari não ter ritmo para enfrentar a Red Bull em Miami. “Embora tivéssemos bom ritmo com os pneus duros, foi mais complicado para nós nos médios que os nossos concorrentes, que estavam mais rápidos hoje, então não conseguimos diminuir a diferença no primeiro stint”, declarou, e ainda acrescentou que a Ferrari precisa recuperar a vantagem que tinha no início do campeonato o mais rápido possível. Mesmo assim, Leclerc ainda mantém a liderança no campeonato de pilotos, mas Verstappen reduziu a diferença para apenas 19 pontos, e a Ferrari segue em primeiro lugar com a Red Bull quase colada neles, com 6 pontos a menos.

Mattia Binotto, chefe da equipe, garantiu que haverá um pacote de atualizações no F1-75 e acredita que trará resultados significativos à equipe na próxima etapa. 

As luzes vermelhas voltam a se apagar entre 20 e 22 de maio, no Grande Prêmio da Espanha, a corrida em casa de Carlos Sainz. 


Larissa Gambirazi é natural da cidade de São Paulo e desde pequena sempre foi apaixonada por ouvir e contar boas histórias, através destas duas paixões decidiu qual carreira gostaria seguir. Atualmente, é formada em Jornalismo, especialista em Jornalismo Esportivo e apaixonada pelo automobilismo. 

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