A pré-pré-temporada da Fórmula 1, em Barcelona, chegou ao fim na tarde desta sexta-feira e com o encerramento das atividades em pista fica o questionamento: O que de fato pudemos ver?
Para quem estava com saudade, e curioso, para ver os carros em movimento, houve muito a se observar. Os novos modelos se destacaram brilhantemente no circuito da Catalunha encantando até mesmo aos próprios pilotos com as novas pinturas e os novos formatos devido ao regulamento implementado em 2022.
Por outro lado, quem queria resultados imediatos para se empolgar, ou frustrar, teve pouco material para isso. No geral, as equipes utilizaram os três dias (23, 24 e 25) para testar, principalmente neste primeiro momento, a confiabilidade dos seus carros, coletar o máximo de dados possíveis e enviá-los para os centros de tecnologia. O melhor tempo de volta e a disputa pelo P1 ficaram em segundo plano.
Alguns times conseguiram se destacar bastante por passarem ilesos ao atingirem números consideráveis de voltas nas pistas e não apresentarem problemas preocupantes. Ferrari (439), Mercedes (393) e McLaren (367), lideraram o ranking. Encerrar esse “shakedown” com essa parte ticada no planner é significante para as escuderias, pois quanto menos problemas, menos passos para trás são dados.
O que não aconteceu com a Aston Martin, Alpine e Haas que encerraram suas pré-temporadas antes da hora. Problemas hidráulicos e vazamento de óleo resultando em incêndio no carro foram alguns dos contratempos enfrentados.
Teste aerodinâmicos também foram majoritariamente feitos. Muito se viu das tintas fluorescentes cobrindo os carros por inteiros e grelhas sensoriais (dianteiras e traseiras) acopladas para captação da passagem do vento, sendo possível obter as primeiras respostas diante do efeito solo. E elas vieram. O ‘’porpoising’’ (movimento em que o carro fica quicando como o nado de um golfinho) ficou bem aparente com a Ferrari de Leclerc e voltou a ser um “novo” velho problema a ser resolvido.
No mais, não há muito, de verdade, a se concluir. Ao longo dos dias tivemos uma constância da McLaren e Ferrari (líderes nos dois primeiros dias com Lando Norris e Charles Leclerc e que aparentemente foram as equipes mais sólidas e consistentes) e um possível blefe da Mercedes, alegando não ter chegado a Barcelona com um carro competitivo (o que foi “desmentido” no último dia com a dobradinha de Hamilton e Russell no resultado final e os perceptíveis sorrisos deliberados de Toto Wolff pelo paddock).
O trabalho está só começando e ainda tem muito, mas muito por vir. Na próxima parada, lá no Bahrein, já será possível fazer comparações e tirar conclusões mais concretas do que veremos em 2022 na Fórmula 1.
Isamara Fernandes, 23 anos, jornalista com passagem por http://ge.globo e cobertura das Olimpíadas de Tóquio. Apaixonada por Fórmula 1 e principalmente por Daniel Ricciardo, não atoa, comanda o Ricciardo Brazil.
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