O BRASIL FORA DA FÓRMULA 1: COMO O SPORTWASHING AFETA A PÁTRIA DO HERÓI DO AUTOMOBILISMO MUNDIAL?

Completando 30 anos sem Ayrton Senna, o cenário brasileiro na F1 é pouco próspero. (Arte: Thiago Margato)

Dinheiro deve ser divertido no mundo dos homens ricos” é o que diz a letra de Money, Money, Money, música de sucesso da banda pop sueca ABBA. Essa emblemática frase, que têm constantemente embalado edits da Fórmula 1 nas redes sociais, não poderia definir melhor a principal característica do esporte a motor: o dinheiro.

Criada em meados da década de 1950, a categoria mais cobiçada do esporte a motor representa não somente o ápice da carreira de um automobilista, como também possui atribuição de valores subjetivos, entre eles, o luxo. Diante de tamanha glorificação do grupo seleto de participantes, a Fórmula 1 nasceu e cresceu como um objeto de desejo. Justamente por isso, se trata de um campo  historicamente elitizado e pouco aberto para a diversidade.

Ainda assim, o Brasil conseguiu emplacar 32 automobilistas na categoria, três dos quais figuram no hall de maiores pilotos da história (o inquestionável Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet). Graças a esses atletas, o automobilismo brasileiro conta com 8 títulos mundiais de pilotos e é o terceiro país com mais títulos da categoria. Ficando atrás somente das pátrias dos heptacampeões Lewis Hamilton (Reino Unido) e Michael Schumacher (Alemanha).

Mesmo com a diversidade internacional do grid da F1, é nítido um padrão de profissionais. As equipes são formadas, em sua maioria, por homens brancos bem relacionados no automobilismo. Esse fato obviamente não exclui a trajetória de cada um, mas explicita como o aspecto geracional retroalimenta a categoria. Ou seja, se você não for concebido em meio aos grandes nomes ou ganhar seu primeiro kart ainda nos primeiros anos de vida, isso significa que dificilmente irá conduzir ou desenvolver um carro Fórmula. 

Existem exceções à regra: um dos maiores pilotos de todos os tempos, Lewis Hamilton, é um exemplo de esportista que ascendeu na Fórmula 1 mesmo diante de tantos obstáculos, que variam desde as dificuldades financeiras até o racismo velado da categoria. No entanto, trajetórias como a de Hamilton são raras nesse ambiente desigual, onde questões muito além do talento e do financiamento também formam a equação que movem os pistões do esporte. Uma variável que tem assumido cada vez mais importância é a política, e com ela, suas técnicas de promoção do esporte para fins meramente políticos e governamentais: o sportwashing.

O sportwashing

Apesar do senso comum defender que esporte e política não se misturam, governantes de diversos países têm utilizado cada vez mais as atividades esportivas para promoverem seus governos. A “lavagem esportiva”, como pode ser traduzido o termo “sportwashing”, refere-se justamente a utilização das mais diversas modalidades esportivas para a promoção de regimes políticos, seus governos, suas ideias ou, simplesmente, para ofuscar práticas autoritárias e abomináveis.

Ainda que seja um termo relativamente recente na mídia, o sportwashing tem ganhado cada vez mais destaque enquanto uma estratégia de política externa aderida por inúmeros países ao redor do mundo. Exemplo disso foram as Copas do Mundo de 2018 na Rússia e em 2022 no Qatar, e os Jogos Olímpicos de 2008 e 2022 na China. Eventos esportivos que, mesmo recebendo toda atenção internacional, ainda foram marcados pela continuidade de práticas repressivas às minorias.

A lavagem esportiva também tem sido amplamente utilizada pelos regimes teocráticos do Oriente Médio, principalmente no futebol. Caracterizado pelas notáveis compras de times europeus e de importantes atletas do futebol mundial realizadas pelos sauditas, que enquanto promovem ações desportivas, mantém uma das piores crises humanitárias da atualidade.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalizão militar internacional que intervém na Guerra Civil do Iêmen. Dados da Organização das Nações Unidas apontam que o conflito, marginado por uma batalha de poder regional entre os governos da Arábia Saudita e do Irã, tem deixado mais de 93% da população iemenita em situação de vulnerabilidade extrema.

É nesse cenário de dualidade entre a pacificidade do espírito esportivo e as ações militares que violam Direitos Humanos, que a Fórmula 1 está inserida. Enquanto tentou sustentar o movimento “No War” contra a Rússia, a mesma categoria realizou Grandes Prêmios na Arábia Saudita e no Azerbaijão; países envolvidos em conflitos regionais reconhecidos internacionalmente pelas flagrantes violações de direitos.

A diferença principal entre russos e sauditas, no entanto, seja provavelmente o patrocínio de 40 milhões de dólares anuais pagos pela petrolífera árabe-estadunidense Aramco para a F1. Um ótimo motivo para manter determinados GPs no calendário mesmo sob o risco de um ataque aéreo e se quer cogitar o cancelamento das atividades de pista.

Quem paga a conta?

Historicamente, falar de Fórmula 1 e patrocinadores inusitados ou obscuros chega a ser um pleonasmo para uma categoria que já teve patrocínios de empresas funerárias ao próprio grupo ABBA. Esse envolvimento com patrocinadores, no mínimo, duvidosos, se dá justamente pela necessidade de financiar as operações extremamente custosas. Basta lembrar que o teto de gastos por equipe, aprovado até 2025, é de 135 milhões de dólares, cerca de 700 milhões de reais.

Um exemplo de como a necessidade faz a engrenagem girar foi o patrocínio da Saudi Bin Laden Group à Williams, que recém-chegada no esporte, passando por dificuldades de financiamento, encontrou seu pote de no Oriente Médio. Foi graças ao aporte financeiro das empresas do pai do fundador do grupo extremista Al-Qaeda, que a então Albilad Williams Racing Team foi vice-campeã em 1979 e conseguiu conquistar seu primeiro título em 1980, repetindo esse feito em 1981.

Clay Regazzoni a bordo do FW07, carro do primeiro título da Williams. (Foto: Motosport Magazine)

Nota-se, então, que a questão financeira obviamente sempre foi um fator crucial para a manutenção e permanência de uma equipe do grid. Um movimento que tende a ser ainda mais intensificado com o aumento dos valores operacionais da F1 a cada ano. É nesse cenário que, por exemplo, as vendas de naming rights ficarão cada vez mais comuns do que já são no esporte, gerando novos nomes no mínimo inusitados, como Scuderia Ferrari HP, Visa Cash App RB e Stake Kick Sauber.

Também influenciados por esses “parceiros especiais”, as novas equipes que buscarem compor o grid, como a estadunidense Andretti, precisarão lidar com valores ainda mais altos para provarem que merecem ser uma das equipes que compõem este esporte cujo valor de mercado já supera os 15 bilhões de dólares. A Fórmula 1 é o esporte das vitrines sob rodas; em constante reinvenção, assim como suas formas de financiamento.

Quanto custa entrar para a história?

Fato é que, frente a um esporte movido por gasolina, dinheiro e ambições políticas, a trajetória de um piloto da base até a F1 obviamente não depende apenas do talento, mas sim de uma sequência de fatores que encaixam as peças necessárias para se chegar ao topo do mundo automobilístico. Nos últimos anos, Nicholas Latifi, Lance Stroll e Nikita Mazepin se consagraram exemplos clássicos do que realmente é necessário para alcançar esse sonho febril sobre rodas.

Nicholas Latifi começou no kart aos 13 anos, idade considerada avançada pela precocidade da categoria. Porém, tendo conquistado o vice-campeonato da F2, não demorou muito para ser convocado a defender a lendária Williams na Fórmula 1. Convite que casou muito bem com os investimentos de seu pai no esporte, entre eles, a compra de 10% das ações do Grupo McLaren. Sem retorno de performance para além do dinheiro, Latifi deu adeus às pistas em 2023 para focar nos estudos.

Já o canadense Lance Stroll nasceu protagonista dos tabloides graças ao pai, empresário da indústria têxtil que tem em sua propriedade o circuito de Mont-Tremblant, a montadora Aston Martin e a própria equipe da F1 de mesmo nome. O primogênito, com poucos feitos em seu nome, vive sob a sombra do legado de seu genitor que, não surpreendentemente, levantou o time com a contratação de Fernando Alonso.

Provavelmente um dos grandes exemplos da relevância do sportwashing, o russo Nikita Mazepin esteve sob os holofotes por motivos nada favoráveis à sua permanência na categoria. Herdeiro do presidente de uma empresa de fertilizantes e salitre, Mazepin foi tirado para escanteio devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, causando uma instabilidade na Haas, já há tempos debilitada e que contava com os investimentos milionários.

Assim, é nítido que existe um valor a ser pago para entrar na história da Fórmula 1. Ultrapassando os sacrifícios físicos e pessoais, a moeda de troca influencia nas contratações dos atletas, sendo somente superada pela política dos bastidores que envolve grandes investidores e as relações das nações com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Portanto, podemos traçar uma linha do tempo do percurso médio de um piloto pela chance de correr na categoria:

O elitismo marca a trajetória de um aspirante a piloto da F1. (Linha do tempo: Nathalia Tetzner)

Representatividade e identificação

Uma vez dentro do cockpit, o piloto começa uma batalha interna e externa pela permanência. Quando um esportista veste o manto de uma equipe, ele está ciente de que precisa provar o seu potencial para si e todos os ‘chefões’ da categoria que o ajudaram a chegar nessa posição; sejam eles o executivo da escuderia, o investidor master da sua carreira ou até mesmo o líder político que uniu o útil ao agradável com o sportwashing.

Nesse momento, também se dá início a configuração de uma certa representatividade, afinal, cada automobilista passa a ser o porta-voz indireto de sua nação, ideologias e marcas estampadas no carro que pilota. Uma aparente hegemonia que ultrapassa os traçados dos circuitos e marca uma simbologia, a exemplo recente de Zhou Guanyu, primeiro chinês da história da F1 que — salvo mais uma vez o talento —, a contratação coincidiu com o retorno do GP da China.

Zhou Guanyu agradecendo o apoio dos compatriotas ao final do GP da China. (Foto: Formula 1)

Depois de um longo período de pouco interesse geral por parte dos chineses pela categoria, Zhou chegou na hora certa para reforçar o time da antiga Alfa Romeo (atual Stake F1 Team Kick Sauber) com o dinheiro, a juventude e o posicionamento político ideal para os investidores: nenhum. Do mesmo modo, grandes empresas deixam de patrocinar equipes e pilotos a todo momento, sendo mentalmente exaustivo para os envolvidos nas negociações com a FIA. 

Entretanto, nada parece ser tão emocionante para os verdadeiros fãs de automobilismo e para os bolsos de quem dita a máquina capitalista quanto assistir um piloto triunfar em casa. No retorno ao Circuito Internacional de Xangai em abril deste ano, Zhou Guanyu nem mesmo finalizou na zona de pontuação, mas ganhou um espaço especial para estacionar o carro após cruzar a linha de chegada em 14º, sendo ovacionado pela torcida e virando manchete ao redor do mundo.

A influência sobre os atletas

A temporada de 2022 foi amplamente atravessada pela temática da guerra no Leste Europeu. Principalmente, pelas medidas adotadas pelas equipes e pela própria Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que foram desde a suspensão da licença do piloto russo Nikita Mazepin até a não realização do Grande Prêmio da Rússia daquele ano.

Entretanto, como abordado anteriormente, as ações do movimento “Sem guerra” não retaliaram nenhum piloto, empresa ou sede de Grande Prêmio envolvidas em outros conflitos internacionais tão graves quanto a Guerra na Ucrânia. Aliás, se todos os países envolvidos em conflitos atualmente tivessem seus GPs cancelados, o número de corridas seria drasticamente reduzido. É nesse tipo de conflito de interesses que os pilotos podem estar por vezes envolvidos direta ou indiretamente.

Conflitos estes que podem ser ainda maiores quando o assunto é o posicionamento dos pilotos. Algo que o próprio presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, é francamente contra e insiste em repetir tal posição sempre que possível. No entanto, como defender que um esporte se permaneça neutro se, nos bastidores das negociações, ele jamais foi, é ou será neutro?

Segundo Sulayem, “a FIA precisa ter cuidado para não ser arrastada para a política sem esquecer nossas raízes no automobilismo”. A grande dúvida que fica é: como a Fórmula 1 pode falar em “não ser arrastada para a política”? A resposta é muito simples: não pode! Política e F1, no mundo extremamente internacionalizado que vivemos, faz com que esses dois mundos se colidam dia e noite.

A categoria rainha tornou-se um esporte que exerce uma enorme pressão política nos países que a recebem; os boicotes ao Grande Prêmio da África do Sul de 1985 foram um exemplo disso. Porém, ao mesmo tempo, a categoria também é afetada pelas crises e ações políticas, tanto nacionais, quanto internacionais, conforme provado pela pandemia e a Guerra na Ucrânia.

Como afirma o pesquisador norueguês Hans Næss, essa tentativa de separar esporte e política é “uma ideia antiquada”. As próprias práticas da alta cúpula da Liberty Media e da FIA provam que, cada vez mais, os personagens principais desses dois mundos se encontram, literalmente.

União de interesses 

Países que apostam no entretenimento e CEOs que querem levar as boas novas do automobilismo; eis os motivos perfeitos para sediar três Grandes Prêmios no mesmo território. Durante a Temporada de 2024 os Estados Unidos receberão os GPs de Miami, Austin e Las Vegas. Corridas que, com exceção do extremamente reconhecido Circuito das Américas, trouxeram não só inéditas e inusitadas pistas, mas, principalmente, críticas à condução do esporte.

Essa união de interesses, no entanto, faz com que esses Grandes Prêmios sejam atravessados por críticas sobre a segurança das instalações, a falta de criatividade dos traçados e, sobretudo, a artificialidade dessas novas pistas. Mesmo com as críticas da mídia especializada e dos torcedores da F1, o Grande Prêmio de Miami de 2023 foi responsável por impactar positivamente a economia local em valores superiores aos 440 milhões de dólares. O valor fica ainda mais surreal quando somado ao ano inaugural de 2022: foram quase 800 milhões de dólares para a economia local.

Torcedor posa para foto na “marina fake” do Circuito de Miami. (Foto: The Washington Post)

Além do show nas pistas, esses Grandes Prêmios são marcados pelas aparições de todo tipo de celebridades, astros de Hollywood e atletas de outros esportes. Com isso, as corridas em solo estadunidense ajudam a reforçar o desejo pela F1, há tempos se deteriorando entre as gerações menos saudosistas e aqueles que não foram fisgados pela série da Netflix, “Dirigir Para Viver”. Circuitos como o de Las Vegas, que passa pela lendária strip, ainda prometem o aumento da audiência televisiva no país do Tio Sam.

Segundo Greg Maffei, CEO da Liberty Media, dados apontam que “a temporada de 2023 teve três das quatro maiores audiências ao vivo da história da F1 na TV dos EUA”. Esses números são importantíssimos para o grupo que detém os direitos autorais da categoria e justificam os motivos pelo qual, atualmente, é mais lucrativo cultivar pilotos estadunidenses, como o novato Logan Sargeant. Enquanto isso, jovens talentos acabam escolhendo outras categorias como a NASCAR ou a Indy — categorias onde o histórico brasileiro também é invejável — onde podem figurar como titulares e não somente como pilotos de teste.

Por fim, a tentativa de transformar as corridas nos Estados Unidos e no Oriente Médio em uma espécie de “Mônaco Nacional”, faz com que Grandes Prêmios e autódromos tradicionais, cuja disputa é garantida, sejam substituídos por circuitos, no mínimo, diferenciados. Apesar disso, essas pistas possuem uma rentabilidade estratosférica decorrente de todo o entretenimento realizado em volta da corrida; que por vezes acaba esquecida.

Como isso afeta o Brasil?

Financiamento, lavagem esportiva e pressão política: como essas variáveis podem afetar o nosso país? Mais ainda, como isso afeta os nossos atletas? Essas questões ficam mais claras quando olhamos para os baques econômicos e as crises políticas internas, principais elos da corrente que tiraram o Brasil das pistas desde 2017.

Frente a um esporte onde a representatividade e identificação raramente ultrapassam as fronteiras do dinheiro, a presença brasileira na Fórmula 1 permanece uma incógnita no futuro, embora tenhamos apresentado ao mundo pilotos aspirantes que já provaram suas competências, entre eles, Felipe Drugovich e os irmãos Fittipaldi, Enzo e Pietro. No caso dos jovens, os quatro com patrocinadores grandes, o que aparentemente falta é a “politicagem” característica principal dos últimos rookies que a F1 tem aceitado.

Sem um piloto no grid para chamarmos de nosso e torcemos como se todo domingo fosse final de Copa do Mundo, o entusiasmo dos brasileiros com a F1 vai se esvaziando cada vez mais. Desde a passagem de Ayrton Senna para a eternidade, esse movimento tem sido uma realidade, porém, completando seis anos sem titulares na categoria e enfrentando um jejum de 15 anos sem vitórias em corrida, é preocupante pensar que as novas gerações não sonham com o esporte.

Ainda que fantasiar com a Fórmula 1 custe caro e se prove algo praticamente impossível para o bolso do brasileiro médio, a chama do interesse é responsável por manter acesa a chance de ser a exceção: se tornar um piloto da categoria mesmo diante de todos os obstáculos. Com o nosso futuro nas mãos de herdeiros de empresas de sucesso e nomes conhecidos do automobilismo que, surpreendentemente, não conseguem adentrar as pistas como antes, seria o sportwashing uma opção?

Felipe Drugovich em seu primeiro treino oficial da F1, no Grande Prêmio de Abu Dhabi de 2022 (Foto: Aston Martin)

Dados da Prefeitura de São Paulo e da Fundação Getúlio Vargas, apontam que somente em 2022 o Grande Prêmio de São Paulo impactou a economia da cidade em 1,37 bilhão de reais. Valores estes superados no último ano, não só na questão econômica (1,64 bilhão de reais em 2023), mas principalmente no público, que foi 47% maior do que em 2022. Mostrando que mesmo sem compatriotas no grid, os torcedores brasileiros são apaixonados pelo automobilismo.

Os impactos do GP de São Paulo, também podem ser sentidos em outros estados, uma vez que mais de 77% do público do evento era originário de outras Unidades Federativas, sendo pouco mais de 12% destes de fora do país. Provando que a vitrine da F1 é realmente rentável e impactante; é um negócio custoso, mas muito certo. O contrato vigente entre a Prefeitura de São Paulo e a Fórmula 1 tem vigência válida até 2030. Será que nos próximos anos teremos algum brasileiro para representar a bela história do Brasil com a F1?

Muito pode ser debatido ainda sobre as questões das categorias de base, sem as quais os pilotos não adquirem a experiência exigida para a principal categoria do mundo automobilístico. Neste sentido, o Brasil tem recebido cada vez mais categorias deste tipo e outras modalidades de automobilismo que também agregam conhecimento aos pilotos novatos, são exemplos: Fórmula 4, Stock Car (com duas categorias, sendo uma para pilotos profissionais e outra para os novatos), Porsche Cup, Nascar Brazil, TCR Brasil e outras inúmeras categorias de turismo.

O cenário do automobilismo brasileiro, principalmente após a volta de uma categoria de base para monopostos, como a F4, tem sido muito promissor. Todos os grandes atletas nacionais que passaram pela F1 tiveram seus primeiros êxitos nas categorias de formação. Se o que faltava para o nosso país voltar a entoar o hino nacional no lugar mais alto do pódio eram as categorias de base, atualmente, esse problema tem sido revertido.

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Jorge Willian Ferreira Gonçalves é graduando em Relações Internacionais pela UFG, além de gostar de estudar e pesquisar sobre Leste-Europeu e Ásia Central, também é entusiasta da aviação e da Fórmula 1.

Nathalia Tetzner é estudante de Jornalismo e ama escrever sobre quase tudo. Seja debatendo cultura ou analisando Fórmula 1, ela sempre carrega consigo um senso crítico e social.

Referências:

FÁBIO, S. F1 corre para pagar dívida com árabes. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0404200430.htm>.

FORMULA ONE MIAMI GRAND PRIX. Tickets Go On Sale For The Formula 1 Crypto.Com Miami Grand Prix 2024. Disponível em: <https://f1miamigp.com/news/press-release/tickets-go-on-sale-for-the-formula-1-crypto-com-miami-grand-prix-2024/>.

NÆSS, H. E. Sandwiched Between Sport and Politics: Fédération Internationale de l’Automobile, Formula 1, and Non-Democratic Regimes. The International Journal of the History of Sport, v. 34, n. 7–8, p. 535–553.

PREFEITURA DE SÃO PAULO. Com impacto de R$ 1,64 bilhão na economia, Grande Prêmio de São Paulo bate recorde financeiro e de público em 2023. Disponível em: <https://www.capital.sp.gov.br/w/noticia/com-impacto-de-r-1-64-bilhao-na-economia-grande-premio-de-sao-paulo-bate-recorde-financeiro-e-de-publico-em-2023>.

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