Não é race week – ainda bem: menos uma corrida chata este final de semana!

Acredito que achamos todos que era uma insatisfação só do fã brasileiro. A sequência não linear das temporadas, dessa vez, diferente de muitas vezes na história da categoria, se tornou nossa inimiga número 1. E eu explico o porquê.

Fomos agraciados por uma ótima etapa em 2020 e com um verdadeiro show em 2021. A expectativa e a imprevisibilidade de um novo regulamento e novos carros, nos trouxe uma carga de empolgação nunca vista antes para 2022.

Aguardamos ansiosos pelo “troco” da Mercedes, para ver em qual direção a Ferrari ia e inclusive as batalhas no midfield foram ganhando fiéis admiradores.

Acontece que veio daí a primeira frustração.

O ano passado, por mais disposto a abraçar o novo, não segurou a competitividade até o final. Começou incrível, terminou péssimo. Algumas mudanças aqui, outras ali, uns dramas alimentados pelas declarações, mas nada demais.

No ano passado, os testes em Barcelona anteciparam algumas coisas e expuseram dificuldades de adaptação que foram o ponto-chave para desdobramentos de diversas equipes do decorrer da temporada. Ainda assim, valia a pena ligar a televisão para ver uma Red Bull na frente, uma Ferrari extraindo o melhor (ou o pior do carro), Ocon e Alonso se estranhando, um rookie chinês obtendo sucesso, Ricciardo passando trabalho, Albon fazendo absurdos pela Williams de baixíssima qualidade. Era maneiro.

A chatice desse ano não é só um comparativo com as etapas anteriores, que é de consenso que foram boas dentro de suas próprias limitações, mas é em pensar que não acontece nada.

O mais bizarro é pensar que existem diversos movimentos sendo feitos, mas nada parece surtir efeito. Muda regulamento, editam apêndices, adicionam regras… nada funciona. Até sprint da sprint lançaram, mas não agradou.

O que nos leva para uma reflexão: os carros. Extremamente desparelhos (já que o objetivo há muito tempo era torná-los mais parecidos para as disputas de domingo).

Você, leitor, sabe me dizer algo memorável dos cinco GPs até agora? Não vale citar: Alonso, Verstappen, pulsos do Stroll ou Taylor Swift.

Uma ultrapassagem que te fez levantar do sofá, um Grand Prix que não bocejou nenhuma vez. Lembrou? Pois é, missão impossível.

Bahrein? Morno.

Arábia Saudita? Tira casaco, bota casaco entre Alonso e Russell pelo P3.

Austrália? ACABA PELO AMOR DE DEUS feat. Albon você strollou legal.

Baku? Quem não dormiu na metade foi maluco.

Miami? Poxa, nenhuma bandeira, nenhuma encrenca, nenhum entretenimento.

E por falar em bandeira, foi tão xoxo que quando o carro #1 cruzou a linha de chegada, esqueceram de sacudi-la. Tempos sombrios.

Sobre Max Verstappen: nem só de vilania vive a Oracle Red Bull Racing, por que não podemos culpabilizar a chatice pela dominância da equipe. A Fórmula 1 vive de equipes muito boas e equipes muito ruins, é do jogo. O problema é uma temporada que não entregou nada até agora e o campeão sucessivo das corridas têm pouquíssimo carisma, pois quase não conseguimos sentir nada vendo ele no pódio. Mas o cara é bom, a gente sabe, é o melhor do grid atualmente.

Aqui entre nós: para mim, o mais memorável até agora foi a minha madrugada no GP da Austrália. Tomei muito café, belisquei muita bolacha. Bons tempos!

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Brenda da Rosa é estudante de Jornalismo pela UFRGS e opinóloga profissional quando os assuntos são: Fórmula 1, Comunicação, Política, Comportamento e Negritudes.

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